Diversos estudos descobriram uma correlação estatisticamente significativa entre a quantidade de dinheiro que as equipes esportivas gastam em salários e o desempenho delas. Portanto, a fórmula para o sucesso pode parecer simples: gastar mais dinheiro com salários.

Mas sempre haverá equipes que surpreendem tanto positiva quanto negativamente. Esse certamente foi o caso na temporada deste ano da Premier League, em que algumas equipes superaram completamente as expectativas do ponto de vista financeiro, enquanto outras decepcionaram.

Duas equipes, em particular, se destacam positivamente quando se observa o resultado alcançado em comparação com o orçamento salarial, e também são as duas equipes que pagaram, de longe, menos dinheiro por ponto conquistado.

Por outro lado, uma equipe gastou quantias impressionantes de dinheiro nas duas últimas janelas de transferências, o que, do ponto de vista esportivo, não conseguiu atender aos pré-requisitos financeiros e, portanto, pagou uma quantia incrível de dinheiro por cada ponto conquistado ao longo da jornada.

Thomas Frank no topo novamente

Não é de surpreender que, de acordo com a Capology, o Brentford tenha o menor orçamento salarial da liga. Esse também foi o caso na última temporada, quando o Brentford foi recém-promovido e terminou em 13º lugar, uma posição na tabela que era sete posições acima do que o orçamento salarial de fato justificava.

Novamente nesta temporada, o Brentford excedeu em muito os pré-requisitos financeiros para o sucesso esportivo, pois com um nono lugar, Thomas Frank e companhia terminaram a temporada 11 posições acima do que as finanças indicariam.

No entanto, essa não é a maior superação, pois isso pertence ao Brighton & Hove Albion. De acordo com a Capology, o clube do sul da Inglaterra reduziu seu orçamento salarial nas últimas temporadas, passando de 451 milhões de libras na temporada 2020-2021 para gastar apenas 358 milhões de libras em salários nesta temporada, a segunda menor da liga.

Apesar disso, a equipe de Roberto De Zerbi, que joga muito bem, terminou em um impressionante sexto lugar e, com isso, conseguiu uma vaga na Liga Europa. Assim, os Seagulls tiveram um desempenho 13 posições superior à projeção financeira.

Da mesma forma, tanto o Brentford quanto o Brighton & Hove impressionam se analisarmos os pontos conquistados durante a temporada em vez de apenas a tabela do campeonato.

Com 59 e 62 pontos durante a temporada, respectivamente, as duas equipes pagaram os menores salários por ponto conquistado.

O Newcastle United, apesar da aquisição pelo governo da Arábia Saudita, ainda tem apenas o nono maior orçamento salarial da liga e foi superado por clubes como West Ham United e Aston Villa. Os Magpies possuem praticamente o mesmo nível salarial do Everton, que quase foi rebaixado. 

Eddie Howe conseguiu somar impressionantes 71 pontos e levar o Newcastle à Liga dos Campeões, e é por isso que os proprietários sauditas do clube podem se dar por satisfeitos por terem pago apenas 9,8 milhões de libras em salários por cada ponto que Eddie Howe trouxe aos Magpies.

Prazer caro para o proprietário norte-americano

No outro extremo do levantamento estão dois clubes rebaixados e um clube da capital inglesa. Embora fosse de se esperar que o Leeds United, com o quarto menor orçamento salarial da liga, lutasse pela sobrevivência, o rebaixamento do Leicester City e do Southampton foi surpreendente do ponto de vista financeiro.

O Southampton terminou em último lugar na liga, com o 14º maior orçamento salarial, enquanto o Leicester City decepcionou enormemente, terminando em 18º lugar, com o 11º maior orçamento salarial da liga, apenas sete anos após o inédito título da Premier League. Ambos os times tiveram de pagar mais de 20 milhões de libras por cada ponto conquistado ao longo do caminho.

A pior temporada, no entanto, foi a do Chelsea. Desde que Todd Boehly assumiu o comando do clube londrino em junho de 2022, uma quantidade impressionante de dinheiro foi gasta, resultando no maior orçamento salarial da liga, de impressionantes 1,85 bilhão de libras anuais.

Ainda assim, o clube terminou em 12º lugar na tabela, longe das vagas europeias, e com várias demissões de treinadores ao longo do caminho, a começar pelo sucessor Thomas Tuchel, que havia trazido um título da Liga dos Campeões para Stamford Bridge.

Com apenas 44 pontos na temporada, Boehly teve de gastar insanos 42 milhões de libras em salários por cada ponto, e o norte-americano sem dúvida esperará um desempenho muito melhor em campo na próxima temporada, considerando o orçamento salarial.