Bia Ferreira preparada para chegar longe em mais um Mundial de boxe feminino

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Bia Ferreira preparada para chegar longe em mais um Mundial de boxe feminino

Em outubro de 2019, Bia foi campeã do Mundial na categoria até 60kg
Em outubro de 2019, Bia foi campeã do Mundial na categoria até 60kgMatchroom Boxing
Pode ser no boxe amador ou profissional. Quando sobe no ringue, podemos ter a certeza que a brasileira Bia Ferreira tem boas chances de chegar longe. Nos últimos anos, ela se colocou nos lugares mais altos da competição que disputou, incluindo Mundiais e Jogos Olímpicos. Em 2023, ela chega para o Mundial, que começa na próxima quarta-feira (15), ocupando a liderança do ranking. O torneio acontece em Nova Delhi, na Índia, e Bia vai em busca da desejada medalha de ouro, a segunda na sua carreira.

Além de Bia, o Brasil parte para o Mundial com outras seis atletas: Caroline Almeida (-50kg), Tatiana Chagas (-54kg), Jucielen Romeu (-57kg), Barbara Santos (-66kg), Beatriz Soares (-70kg) e Viviane Pereira (-75kg)

Em outubro de 2019, Bia foi campeã do Mundial na categoria até 60kg. Nos Jogos de Tóquio, em 2021, foi vice-campeã olímpica, perdendo a final para a irlandesa Kellie Harrington, considerada uma de suas principais rivais na atualidade.

Nesta conversa exclusiva com o Flashscore, Bia fala da expectativa para mais um Mundial e das mudanças recentes depois de ter dobrado suas atenções entre o boxe amador e o profissional, sem deixar de lado o pensamento em mais uma edição dos Jogos Olímpicos, mirando Paris no ano que vem. 

Confira a entrevista:

Chegar no Mundial como líder do ranking é uma responsabilidade a mais?

Sem dúvida é uma responsabilidade muito grande. Ser a número 1 do mundo é estar no radar de todas as adversárias. Elas estarão de olho e isso já é uma responsabilidade, além de estar ali representando a nossa nação. Mas estou tranquila, tenho feito o meu papel que é treinar e me preparar da melhor forma possível. Vou em busca do bicampeonato mundial.

Começa já pensando em título? Ou prefere pensar luta por luta?

O foco é buscar o título, quero muito este bicampeonato. Mas o pensamento é luta por luta. Antes desse torneio, fui campeã em Strandja, na Bulgária. É preciso pensar ao poucos para chegar bem e ir em busca do objetivo.

Quais as principais diferenças entre as lutas amadoras e profissionais?

Temos algumas diferenças. No amador, a gente luta com capacete e são apenas três rounds. No profissional, não lutamos com proteção de cabeça e podemos fazer lutas de até 12 rounds.

Bia Ferreira segue dando o máximo no boxe olímpico e profissional
Bia Ferreira segue dando o máximo no boxe olímpico e profissionalMatchroom Boxing

Nível das lutadoras é muito diferente?

O nível das lutadoras está sempre mudando. A tecnologia ajuda bastante. O nível tem aumentado bastante, fico feliz disso estar acontecendo, do boxe feminino estar crescendo e tomando essa proporção. Isso é o sonho e a meta de todas boxeadoras. Queremos que o nível do esporte seja cada vez maior.

As adversárias estão cada vez mais difíceis, mas isso é o legal do jogo. A tendência é a modalidade ser cada vez mais desafiadora. Acredito que não só pra mim, mas para todas as adversárias. Todo mundo que fazer um belo combate, um duelo bonito. Para isso, ambas precisam estar bem treinadas e focadas para fazer uma jogada de mestre. O boxe é um xadrez. Então, a mais preparada vai fazer a jogada mais bonita.

Mudou algo pra você desde que começou no boxe profissional?

Mudou a responsabilidade. Agora, tanto no olímpico como no profissional, eu tenho a responsabilidade de estar representando o meu país, a minha equipe, todos aqueles que acreditam e torcem por mim e me acompanham. A responsabilidade é gigantesca em estar representando todas essas pessoas que acreditam no meu trabalho. É pra isso que eu luto e me dedico: para mostrar que eles podem continuar acreditando e acompanhando. Sempre vou entregar o máximo em cima do ringue.

Bia Ferreira garante estar satisfeita em ter aceitado o desafio do boxe profissional
Bia Ferreira garante estar satisfeita em ter aceitado o desafio do boxe profissionalFernanda Oliveira - Fokus Assessoria

Teve algum tipo de mudança na sua rotina, treinamento, etc, estando presente nestas duas frentes?

Faço uma preparação diferente para cada um. No ano passado, desde que assinei o contrato com a Matchroom, fiz uma preparação específica para o boxe profissional, focando no início da minha carreira nesta modalidade, treinando separado dos meus colegas de seleção. Em alguns momentos, treinava junto com eles visando o boxe olímpico. Este ano, já estou me preparado mais para o boxe olímpico, junto com meus companheiros, visando Paris 2024.

Bia admite ter adversária irlandesas engasgada após derrota na final olímpica
Bia admite ter adversária irlandesas engasgada após derrota na final olímpicaFernanda Oliveira - Fokus Assessoria

Qual foi seu pensamento quando a ideia do boxe profissional foi sugerida pra você?

Nunca tinha pensado nisso. Sempre pensava no boxe olímpico. Mas muita gente me falou que eu levava jeito para o profissional, que eu tinha o estilo de boxe para essa modalidade. Levei isso como um desafio. Quando vi que tinha a possibilidade real e que eu estava fechando com uma boa equipe, um bom empresário, acreditei que seria uma adrenalina positiva. Poderia ser algo interessante de acrescentar na carreira.

Bia compara boxe a um jogo de xadrez
Bia compara boxe a um jogo de xadrezMatchroom Boxing

Me propus esse desafio e disse: por que não? Gosto de desafios e estou enfrentando mais esse. Nas duas primeiras lutas (duas vitórias), deu pra ver que eu realmente levo muito jeito. Muitos falaram que eu tinha muito estilo e estou gostando bastante da experiência. Acho que eu iria me arrepender se não tivesse arriscado. É uma outra adrenalina, algo diferente e estou muito animada com isso. Acredito que vai me fazer feliz e eu vou conseguir muitos títulos ainda.

Irlandesa Kellie Anne Harrington está "engasgada" por derrota na final olímpica?

Sim, claro, todas as minhas adversárias que eu tenho alguma derrota ou luta difícil, ficam "engasgadas". Acho que isso é normal, a gente nunca deve se contentar com a derrota. Se isso acontecer, acabou a graça, não tem porquê seguir. Claro que estou engasgada e quero essa revanche o mais rápido possível.

(nota: Kellie Anne Harrington não estará presente no Mundiall. A Irlanda foi um dos países que liderou o boicote ao Mundial devido às ingerências da Associação Internacional de Boxe)

Acredito que eu lutei bem, não entendi o critérios do árbitros, mas respeito. Eles estavam julgando, mas eu busquei a luta até o fim, lutei muito bem, fiquei feliz com meu desempenho mas não satisfeita com o resultado.

Fiz o meu papel lá em cima e acredito que, da próxima vez, eu vá com um pouco mais de garra, de adrenalina, pra poder convencer os árbitros a saírem a meu favor. A próxima luta será uma batalha incrível tanto pra mim, quanto pra ela. Acho que vamos dar um bom espetáculo para o público, para aqueles que estão ansiosos para assistir essa revanche.

Bia vai em busca do bi do Mundial de boxe feminino
Bia vai em busca do bi do Mundial de boxe femininoFernanda Oliveira - Fokus Assessoria